domingo, 9 de outubro de 2016

Crônicas de Wagner Krieg: Dor de cabeça

Saudações, ilustres visitantes!
Estou de volta, fazendo mais uma postagem escabrosa. Mostrando um pouco do que é o ser humano por dentro. Contando um pouco das coisas que acontecem no dia a dia de Wagner Krieg, o perturbado secretário de escola. Semana que vem estarei de volta com os desenhos. Agora divirtam-se!


Dor de cabeça.

Pra variar, Wagner Krieg está cheio de trabalho pra fazer e a cada instante aparece alguém pedindo algo, mas desta vez era uma criança.
— Tio, liga pra minha mãe.
Por que eu deveria ligar?
— Eu tô com dor de cabeça.
Faz muito tempo que sua cabeça ta doendo?
— Não, começou agora na entrada...
Sei como é, basta eu por os pés aqui para a minha cabeça começar doer também. Fique sentado ali naquele banco que eu vou ligar pra seus pais.
Wagner abre os arquivos e procura o prontuário do aluno.
Alô, bom dia. Aqui é da escola Khan-il, o Barruan tá com dor de cabeça, alguém precisa busca-lo.
— Mas eu acabei de sair dai, já tenho que voltar?!
Sim, volte se não quiser ver seu filho morto e esquartejado!
— An? O que disse?
A ligação ‘tá ruim, eu disse desmaiado.
— Ah tá, já tô indo.
Wagner desliga o telefone e se dirige ao menino que...  está pulando no banco:
Oh seu fii d’uma égua! Você não ‘tava com dor de cabeça e agora ‘tá ai saltitando?
— Mas eu 'tô com dor de cabeça, tio.
Eu não sou seu tio! Agora sente o rabo nesse banco senão vou aí te dar umas porradas!
— Se me bater eu conto pro meu pai.
Eu ‘tô pouco me lixando pro seu pai ou pra porcaria do estatuto da criança. Arrebento você, seu pai, sua mãe, sua avó e ainda faço parecer que foi acidente.
— Ta bom, tio. Eu fico quieto.
Cinco minutos depois lá está o menino pulando de novo. E o pior, cantando funk:
Vai taca, taca, taca, taca, taca, taca...
Wagner, incrédulo, ouve aquele som irritante e corre para o balcão. Olha para um lado, olha pro outro. Não tem ninguém passando, nenhuma testemunha. Vai até o moleque e lhe dá um tapão no pé do ouvido. Ele rodopia e cai feito um saco de batatas.
Minutos depois chega o pai do menino.
— Vim buscar o Barruan, sou o pai dele.
Ah sim, foi bom o senhor ter vindo, a dor piorou tanto que ele não conseguiu ficar em pé. Né, Barruan?
— É, t-tio...
— Muito obrigado, já estou indo levá-lo ao médico.
De nada.
Antes de ir embora, Wagner faz um sinal pro Barruan ficar quieto. Parece que a mensagem finalmente foi entendida. Como dizia um certo professor: "O silêncio é fundamental."


Até a próxima!

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