domingo, 18 de setembro de 2016

Crônicas de Wagner Krieg: Bilhete

Saudações, caros visitantes!
As postagens tem se tornado escassas neste blog. Isso é devido à falta de tempo, já que estou entrando na fase crítica da faculdade. Pois é, elaboração de TCC. Não é um bicho de 7 cabeças, mas exige muita firula teórica pra se afirmar o óbvio. Enfim, o foco aqui são os desenhos, mas enquanto não tenho algo novo a mostrar, vou mostrar meus contos baseados em fatos reais. Alguns deles foram escritos no início do ano,  in my darkest hours. O personagem central é Wagner Krieg, o secre-otário de escola mais mal humorado e depressivo.

Leiam...

Bilhete


"Cercado de papeis é onde eu me encontro. Um corpo vivo habitado por uma alma morta. Hoje é dia de reunião pedagógica, os professores estão trancados naquela sala enchendo o bucho de bolacha e vomitando paulofreireanices. O lado bom é que não tem aluno vindo aqui se queixando de dor de cabeça no dedão do pé."
Mas quando menos se espera, uma única criança adentra os portões da escola Khan-Il. O responsável havia passado de carro, desovou a cria e sumiu, como fazem sempre.
Wagner sente o seu sangue ferver:
- O que você 'tá fazendo aqui?
- Vim pra aula, tio.
- Tio é o cacete! Você não leu o bilhete? Hoje não tem aula!
- Xii... É mesmo, eu 'queci de mostrar pra minha mãe.
- Taquipariu, moleque! EU vou ter que ligar pra ela.
Wagner odeia pais de alunos, aliás, ele também odeia alunos. Sem alternativa, ele pega o telefone e liga pra mãe do menino.
- Alô, é a mãe do Kauã?
- Não, é o pai.
- Que seja! Venha buscá-lo imediatamente! De nada e boa tarde!
Wagner desabafa:
- Ah que vontade de amarrar esses pais de alunos num tronco e bater no lombo deles com a excalibur.
*excalibur = régua de madeira.
Cinco minutos depois chega o pai do aluno:
- Vim buscar o Kauã. Mas eu não fui informado que hoje não tinha aula!
- Kauã, me dá seu caderno!
Wagner folheia até achar o bilhete:
- O que é isso aqui?
Esfregando o bilhete na cara do pai.
- Tenha calma, rapaz.
- Quer saber? Eu deveria te arramar, te surrar e depois jogar sal nas suas feridas.
Wagner está ensandecido. O pai do Kauã tinha quase dois metros, mas tamanho não é documento. Wagner lhe dá uma mordida na canela.
- Seu trocador de lâmpada, nunca mais se esquecerá de olhar o caderno do seu rebento.
- Aaaaai seu louco! Vou tirar meu filho desta escola!
Wagner obriga o pai do aluno a comer uma pilha de bilhetes que ainda restava. A cena termina com sangue espirrando para todos os lados. O pai do Kauã tenta correr numa perna só, pois a outra perna ficou na escola... presa na boca de Wagner.
Moral da história: pais, leiam os bilhetes que o secretário tem o trabalho de digitar, recortar e distribuir nas salas, ou já sabem o que pode acontecer.

FIM

Por hoje é só, até a próxima!