segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Uma saga universitária: Banca do TCC

Saudações, meus amigos e visitantes!
Na postagem de hoje irei contar como foi a ida a Curitiba e a defesa do TCC perante a banca. Algumas pessoas podem ficar confusas, mas vou explicar: estou cursando Pedagogia a distância pela UFPR. São três polos, Barretos, Paranaguá e Peruíbe. Ao final do ano todos temos de ir a Curitiba, nos anos anteriores foi para apresentar a prática de estágio, desta vez o motivo foi o famigerado TCC.
Mas não se engane! O fato de ter sido a distância não significa que foi fácil. Justamente para evitar esse estigma que os professores não deram moleza. Na modalidade EaD o aprendizado depende muito mais do aluno. É o estudante que deve tomar a iniciativa, correr atras do tutor e estar atento aos prazos. Enfim, depois de muito penar, chorar escondido pelos cantos, quase cortar os pulsos, nós vencemos... Somos Federal!

"Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha." - Rocky Balboa

Antes da viagem
Foi um dia estressante. Se tem uma coisa que eu detesto é falar com pai de aluno. Faz parte do trabalho, mas detesto. Detesto mais ainda quando tenho que pegar no telefone por motivos fúteis. "Tio, liga pra minha mãe, é que eu esqueci minha cabeça em casa". Eu dei um berro com as crianças que estavam bagunçando em frente a secretaria. Foi ouvido lá na sala da diretoria, que fica ao fundo. Até eu fiquei surpreso. Minhas olheiras nunca estiveram tão escuras. Meu nível de stress era mais de 8.000! 

A viagem
Tarde fria e ameaçando chover, lá fui eu colocando o máximo de roupa na mochila. Desta vez a partida foi rápida. Eu havia impresso uma cópia do TCC pra ler na viagem. Quem disse que eu conseguia... Larguei de lado e tentei me distrair, ora conversando, ora ouvindo música no fone.

A chegada
Chegamos em Curitiba por volta das 23 horas. O hotel ficava próximo ao prédio histórico da UFPR (com aquelas colunas gregas parecendo o templo de Atena). Pedimos pizza por telefone e enquanto não chegava fomos comer cachorro quente em frente à faculdade. Como disse meu amigo Elienai “Curitiba não é São Paulo, mas também não é Peruíbe”, tirei somente uma foto do prédio e guardei o celular dentro da jaqueta. Não demorou muito e apareceu um noia curitibano pedindo informação aos paulistas, na verdade era desculpa pra se aproximar e pedir dinheiro. Voltamos ao hotel e minutos depois a pizza chegou. Nessa noite eu não consegui dormir direito, fiquei me revirando de uma lado a outro.
A única foto que consegui tirar do prédio histórico.

O dia D (sexta-feira, 19/11)
Eu era a ansiedade em pessoa. As apresentações aconteceriam no prédio vizinho, já que a Reitoria da UFPR estava ocupada. Chegamos às 8h e pouco. Subimos as escadas e procuramos a nossa sala. Nossa apresentação só seria 10:30, mas resolvemos ver como seria a apresentação dos demais.
Ai já nos acalmamos, vimos que a apresentação do TCC não seriam tão terríveis como imaginávamos. Ocorria da seguinte forma: O orientador e o professor parecerista ficavam de frente para os alunos e ao lado, em silencio, ficavam aqueles que aguardavam a vez. O professor orientador lia a ata de abertura. O parecerista fazia comentários e orientações do trabalho, mas também havia quem pedisse para explicar o porque da escolha do tema. Ou seja, tinha tudo pra ser tranquilo, mas nem tanto.
Após a sabatina, todos os demais eram convidados a sair da sala. Enquanto isso, a portas fechadas o orientador e o parecerista decidiam a nota dos meliantes. Ficávamos espremidos nos corredores por poucos minutos até entrarmos novamente. Aí acontecia a leitura da ata de encerramento.
Em certo momento me deu uma dor de barriga. Por sorte havia um banheiro na sala. A nossa hora se aproximava. E pra ter certeza de que eu não fugiria, meu amigo Elienai foi lá e deus três batidas não porta.

A hora H (10:30)
Então chegou a nossa vez... Eu e o Elienai sentamos frente a frente da nossa orientadora Luciana e o professor parecerista, Américo Agostinho. Meu nervosismo era visível (Elienai mandou eu abaixar as mãos). Logo de cara, a orientadora pediu pra falarmos do nosso trabalho. Elienai falou, falou, se emocionou, falou mais um pouco, explicando como foi o início, os percalços que tivemos, do orgulho que temos do nosso trabalho, a todo momento ressaltando a importância da orientadora. Chegou um momento que nosso colega Marco Aurélio (que estava do lado filmando) pediu pra ele parar de falar. Terminada a fala do Elienai o professor Agostinho se voltou pra mim e perguntou:
— E você não quer falar nada?
Aí soltei aquela resposta icônica:
— Melhor não.
Aí teve prosseguimento com o professor Agostinho dando uma aula. Elogiou nosso trabalho, sugeriu melhorias e conversou de forma tranquila. O cara é fera! Houve um momento em que eu fiquei apreensivo. Foi quando Elienai fez uma pergunta voltada pra nossa orientadora (não me lembro agora como foi a pergunta). As possibilidades de sairem faíscas, relâmpagos e trovões eram grandes. Felizmente saímos ilesos.
Nos retiramos da sala e alí no corredor já tínhamos a certeza que nos saímos bem. Voltamos à sala para cumprir as formalidades, assinar a ata e tirar algumas fotos com os professores. Estávamos leves como uma pluma. Era o nosso momento de glória!

 Assinatura da ata.

A volta
Foi um tanto complicado juntar todos os passageiros. Mas embarcamos. Eu não estava com tanta fome, minha vontade maior era tirar a água do joelho. O pessoal decidiu almoçar na churrascaria Nova Estrela. 35,00 Temers por pessoa, com um suposto desconto reduziu-se para 23,00. Bebida e sobremesa a parte. A surpresa veio na hora de pagar a conta, ainda tinha uma “taxa de serviço”.

Conclusão
Missão cumprida! Sinto-me contente e aliviado por ter conseguido chegar ao final. É motivo de orgulho ser o primeiro da família a ter um diploma de nível superior. E pensar que 4 anos atras eu sequer pensava em fazer faculdade. Se pretendo dar aula algum dia? Não, talvez em outra vida. Está claro que não tenho vocação para professor. Prefiro encontrar o capeta à meia-noite numa rua deserta a ter que encarar uma sala de aula.
Fico feliz de ter feito amigos nesses 3 anos e meio. No início do curso éramos 50, terminamos com pouco mais de 25. Por várias vezes pensei em desistir. Mas graças ao meu amigo e irmão Elienai, fomos nos apoiando e atravessamos a linha de chegada juntos.

Essa saga continua na formatura, em Março de 2017.

2 comentários:

  1. Mandou muito bem Ivan, e pode dar aula sim vc é muito mais capacitado que muitos que estao na ativa. Usa esse diploma ai

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    1. Valeu, Garacy. Usarei o diploma, sim. Quanto a dar aula, por enquanto vou deixar pra quem tem vocação (ou paciência). Pode ser que eu mude de ideia algum dia, nunca se sabe o dia de amanhã, mas no momento não tenho intenção.

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