Saudações, ilustres visitantes!
Estou de volta, fazendo mais uma postagem escabrosa. Mostrando um pouco do que é o ser humano por dentro. Contando um pouco das coisas que acontecem no dia a dia de Wagner Krieg, o perturbado secretário de escola. Semana que vem estarei de volta com os desenhos. Agora divirtam-se!
Dor de cabeça.
Pra variar,
Wagner Krieg está cheio de trabalho pra fazer e a cada instante aparece alguém
pedindo algo, mas desta vez era uma criança.
— Tio, liga pra
minha mãe.
— Por que eu
deveria ligar?
— Eu tô com dor
de cabeça.
— Faz muito
tempo que sua cabeça ta doendo?
— Não, começou
agora na entrada...
— Sei como é,
basta eu por os pés aqui para a minha cabeça começar doer também. Fique sentado
ali naquele banco que eu vou ligar pra seus pais.
Wagner abre os
arquivos e procura o prontuário do aluno.
— Alô, bom dia. Aqui
é da escola Khan-il, o Barruan tá com dor de cabeça, alguém precisa busca-lo.
— Mas eu acabei
de sair dai, já tenho que voltar?!
— Sim, volte se
não quiser ver seu filho morto e esquartejado!
— An? O que
disse?
— A ligação ‘tá
ruim, eu disse desmaiado.
— Ah tá, já tô
indo.
Wagner desliga o
telefone e se dirige ao menino que...
está pulando no banco:
— Oh seu fii
d’uma égua! Você não ‘tava com dor de cabeça e agora ‘tá ai saltitando?
— Mas eu 'tô com
dor de cabeça, tio.
— Eu não sou seu
tio! Agora sente o rabo nesse banco senão vou aí te dar umas porradas!
— Se me bater eu
conto pro meu pai.
— Eu ‘tô pouco
me lixando pro seu pai ou pra porcaria do estatuto da criança. Arrebento você,
seu pai, sua mãe, sua avó e ainda faço parecer que foi acidente.
— Ta bom, tio. Eu
fico quieto.
Cinco minutos
depois lá está o menino pulando de novo. E o pior, cantando funk:
— Vai taca, taca, taca, taca, taca, taca...
Wagner,
incrédulo, ouve aquele som irritante e corre para o balcão. Olha para um
lado, olha pro outro. Não tem ninguém passando, nenhuma testemunha. Vai até o
moleque e lhe dá um tapão no pé do ouvido. Ele rodopia e cai feito um saco de
batatas.
Minutos depois
chega o pai do menino.
— Vim buscar o
Barruan, sou o pai dele.
— Ah sim, foi
bom o senhor ter vindo, a dor piorou tanto que ele não conseguiu ficar em pé. Né, Barruan?
— É, t-tio...
— Muito
obrigado, já estou indo levá-lo ao médico.
— De nada.
Antes
de ir embora, Wagner faz um sinal pro Barruan ficar quieto. Parece que a mensagem finalmente foi entendida. Como dizia um certo professor: "O silêncio é fundamental."
Até a próxima!
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