Saudações, ilustríssimos visitantes! Quando digo ilustríssimos, me refiro aos que possivelmente estarão lendo estas palavras. Bem-aventurados os que clicam nos links que eu posto no Facebook, porque deles é o reino de Dreamquestland! Andei pensando em abandonar o INDQ. Por mais que eu capriche nos desenhos as visualizações são pífias. Mas pensei melhor e decidi manter o blog. Até porque em breve este será o único espaço na internet onde estarei presente.
Crônicas
de Wagner Krieg: Dança da morte
O final de semana
chegou e tudo que ele quer é desligar o piloto automático. Pela manhã passou na
feira para comer um pastel de vento com sabor de camarão. A tarde decidiu que
iria nadar no rio perto de sua casa.
— Não me
importo de pegar alguma micose, eu quero é ser feliz!
E lá foi ele, com o
olhar de uma criança. Levando consigo boas expectativas para o dia de hoje. Nem
pensou em tirar a roupa para mergulhar nas águas turvas do Rio Preto.
— Ah isso é
bom demais! Quando foi que o ser humano deixou de ser parte da natureza?
Wagner não sabia nadar
direito, mas até que enganava bem. Demorou uns 40 minutos se debatendo na água.
Até que resolveu ir para a margem quando avistou um caranguejo saindo de sua
toca.
— Oia que
coisa mais linda esse bicho cascudinho...haha!
O caranguejo dá um
beliscão no dedo de Wagner e toda aquela ternura vai pelos ares.
— Filho d’uma
égua! Vou te esmagar de uma forma que ninguém vai reconhecer o seu corpo!
Wagner persegue o
caranguejo, atolando os pés na lama como se não houvesse amanhã. Até que num
dado momento ele escorrega e bate a cabeça em um tronco de árvore.
Ele ficou desacordado
por horas incertas e quando acordou viu que já era noite. Ficou admirado com o
brilho da lua e as incontáveis estrelas no céu.
Um calafrio percorre
sua espinha. Ele de alguma forma sentia que não estava sozinho. Antes fosse só
a presença de animais, mas não... Podia ouvir o barulho vindo das moitas. Se
ele tivesse a mente suja poderia julgar que há um casal procriando, mas não...
— Se houver alguém por aí, me diga que horas
são, por favor.
Algo correu por entre
as árvores em meio à escuridão. Wagner se espantou e caiu de joelhos. Quando de
repente surge uma figura mascarada empunhando uma tocha.
— Horas? A noite é uma
criança. Venha comigo.
Estendeu a mão a Wagner
que não recusou ajuda para se levantar. Seguiu o estranho em direção a uma
clareira às margens do Rio Preto. Havia uma roda de pessoas que pareciam
esquisitas aos olhos do jovem Krieg. Gente tocando tambores, gaita e violão, e
não eram músicas da Legião Urbana.
— Junte-se a nossa
dança.
— Não! Não!
E não! Eu não quero dançar. Eu não levo jeito pra isso.
— Então tome essa
bebida aqui. Vai te ajudar a se soltar. Eu mesmo preparei. Mwahahahaha!
— Beleza!
Acho melhor eu ficar aqui mesmo só esvaziando o copo.
Após beber sabe-se lá o
que, Wagner mudou de ideia. Entrou no círculo de fogo e ao centro ele foi
conduzido por uma das dançarinas. O tempo parecia que havia parado. Embora
envolvido pelo medo, ainda queria continuar na dança.
Ele dançou, cantou,
pulou e até andou sobre o carvão. Era como se estivesse entrado em transe. Não
sentia o calor do fogo. Mas sentia que seu espírito estava livre.
A música parou e era
hora de grupo se juntar. Wagner percebeu que todas aquelas pessoas não apresentavam
nenhuma expressão, seja de alegria ou tristeza. Não via sequer o brilho em seus
olhos.
E como num estalo ele
voltou a si:
— O que
estou fazendo aqui com esse bando de zumbis? ‘Saspragas ‘tão tudo mortos!
— Venha, Wagner.
Junte-se a nós, é hora de partirmos.
— Que façam
uma boa viagem vocês, eu quero continuar vivo!
E mostrando do dedo
médio como sinal de despedida. Lá foi Wagner correndo feito um doido pra fora
da mata. A quebrar os galhos no peito, a pisar descalço nos estepes. Sem se
atrever a olhar para trás. Se tudo aquilo foi um sonho ou uma alucinação, ele
não tem certeza. Só sabe de uma coisa:
FIM
Espero que tenham gostado. Até a próxima!