Saudações, meus amigos e visitantes!
Na postagem de hoje irei contar como foi a ida a Curitiba e a defesa do TCC perante a banca. Algumas pessoas podem ficar confusas, mas vou explicar: estou cursando Pedagogia a distância pela UFPR. São três polos, Barretos, Paranaguá e Peruíbe. Ao final do ano todos temos de ir a Curitiba, nos anos anteriores foi para apresentar a prática de estágio, desta vez o motivo foi o famigerado TCC.
Mas não se engane! O fato de ter sido a distância não significa que foi fácil. Justamente para evitar esse estigma que os professores não deram moleza. Na modalidade EaD o aprendizado depende muito mais do aluno. É o estudante que deve tomar a iniciativa, correr atras do tutor e estar atento aos prazos. Enfim, depois de muito penar, chorar escondido pelos cantos, quase cortar os pulsos, nós vencemos... Somos Federal!
"Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha." - Rocky Balboa
Antes da viagem
Foi um dia estressante. Se tem
uma coisa que eu detesto é falar com pai de aluno. Faz parte do trabalho, mas detesto.
Detesto mais ainda quando tenho que pegar no telefone por motivos fúteis. "Tio, liga pra minha mãe, é que eu esqueci minha cabeça em casa". Eu
dei um berro com as crianças que estavam bagunçando em frente a secretaria. Foi
ouvido lá na sala da diretoria, que fica ao fundo. Até eu fiquei surpreso.
Minhas olheiras nunca estiveram tão escuras. Meu nível de stress era mais de 8.000!
A viagem
Tarde fria e ameaçando chover, lá
fui eu colocando o máximo de roupa na mochila. Desta vez a partida foi rápida.
Eu havia impresso uma cópia do TCC pra ler na viagem. Quem disse que eu
conseguia... Larguei de lado e tentei me distrair, ora conversando, ora ouvindo música no fone.
A chegada
Chegamos em Curitiba por volta das
23 horas. O hotel ficava próximo ao prédio
histórico da UFPR (com aquelas colunas gregas parecendo o templo de Atena). Pedimos pizza por telefone e
enquanto não chegava fomos comer cachorro quente em frente à faculdade. Como disse meu amigo Elienai
“Curitiba não é São Paulo, mas também não é Peruíbe”, tirei somente uma foto do
prédio e guardei o celular dentro da jaqueta. Não demorou muito e apareceu um noia curitibano pedindo informação aos paulistas, na verdade era desculpa pra se aproximar e pedir dinheiro. Voltamos ao hotel e minutos depois a pizza chegou. Nessa noite eu não consegui dormir direito, fiquei me revirando de uma lado a outro.
A única foto que consegui tirar do prédio histórico.
O dia D (sexta-feira, 19/11)
Eu era a ansiedade em pessoa. As apresentações aconteceriam no
prédio vizinho, já que a Reitoria da UFPR estava ocupada. Chegamos às 8h e
pouco. Subimos as escadas e procuramos a nossa sala. Nossa apresentação só
seria 10:30, mas resolvemos ver como seria a apresentação dos demais.
Ai já nos acalmamos, vimos que a
apresentação do TCC não seriam tão terríveis como imaginávamos. Ocorria da
seguinte forma: O orientador e o professor parecerista ficavam de frente para os
alunos e ao lado, em silencio, ficavam aqueles que aguardavam a vez. O
professor orientador lia a ata de abertura. O parecerista fazia comentários e
orientações do trabalho, mas também havia quem pedisse para explicar o porque
da escolha do tema. Ou seja, tinha tudo pra ser tranquilo, mas nem tanto.
Após a sabatina, todos os demais
eram convidados a sair da sala. Enquanto isso, a portas fechadas o orientador e
o parecerista decidiam a nota dos meliantes. Ficávamos espremidos nos corredores
por poucos minutos até entrarmos novamente. Aí acontecia a leitura da ata de
encerramento.
Em certo momento me deu uma dor
de barriga. Por sorte havia um banheiro na sala. A nossa hora se aproximava. E
pra ter certeza de que eu não fugiria, meu amigo Elienai foi lá e deus três batidas
não porta.
A hora H (10:30)
Então chegou a nossa vez... Eu e o Elienai sentamos
frente a frente da nossa orientadora Luciana e o professor parecerista, Américo
Agostinho. Meu nervosismo era visível (Elienai mandou eu abaixar as mãos). Logo
de cara, a orientadora pediu pra falarmos do nosso trabalho. Elienai falou,
falou, se emocionou, falou mais um pouco, explicando como foi o início, os
percalços que tivemos, do orgulho que temos do nosso trabalho, a todo momento
ressaltando a importância da orientadora. Chegou um momento que nosso colega Marco
Aurélio (que estava do lado filmando) pediu pra ele parar de falar. Terminada a
fala do Elienai o professor Agostinho se voltou pra mim e perguntou:
— E você não quer falar nada?
Aí soltei aquela resposta icônica:
— Melhor não.
Aí teve prosseguimento com o professor Agostinho dando uma aula.
Elogiou nosso trabalho, sugeriu melhorias e conversou de forma tranquila. O
cara é fera! Houve um momento em que eu fiquei apreensivo. Foi quando Elienai
fez uma pergunta voltada pra nossa orientadora (não me lembro agora como foi a
pergunta). As possibilidades de sairem faíscas, relâmpagos e trovões eram
grandes. Felizmente saímos ilesos.
Nos retiramos da sala e alí no corredor já tínhamos a certeza que nos
saímos bem. Voltamos à sala para cumprir as formalidades, assinar a ata e tirar
algumas fotos com os professores. Estávamos leves como uma pluma. Era o nosso
momento de glória!
A volta
Foi um tanto complicado juntar todos os passageiros. Mas embarcamos.
Eu não estava com tanta fome, minha vontade maior era tirar a água do joelho. O
pessoal decidiu almoçar na churrascaria Nova Estrela. 35,00 Temers por pessoa, com um suposto
desconto reduziu-se para 23,00. Bebida e sobremesa a parte. A surpresa veio na
hora de pagar a conta, ainda tinha uma “taxa de serviço”.
Conclusão
Missão cumprida! Sinto-me contente e aliviado por ter conseguido
chegar ao final. É motivo de orgulho
ser o primeiro da família a ter um diploma de nível superior. E pensar que 4 anos atras eu sequer pensava em fazer faculdade. Se pretendo dar aula algum dia? Não, talvez em outra vida. Está claro que
não tenho vocação para professor. Prefiro encontrar o capeta à meia-noite numa rua deserta a ter que encarar uma sala de aula.
Fico
feliz de ter feito amigos nesses 3 anos e meio. No início do curso éramos 50, terminamos com pouco mais de 25. Por várias vezes pensei em desistir. Mas graças ao meu amigo e irmão Elienai, fomos nos apoiando e atravessamos a linha de chegada juntos.
Essa saga continua na formatura, em Março de 2017.